Fotografia de Leonor Fonseca
https://www.youtube.com/watch?v=0nLjOM7yNi0
Direcção/criação Miguel Moreira com a colaboração de Catarina Félix e Romeu Runa
Intérpretes Catarina Félix, Francisco Camacho e Romeu Runa (bailarinos) e Carlos Zíngaro (música ao vivo) Cocriadores Allan Falieri, Catarina Félix, Francisco Camacho e Romeu Runa Música de Bentes Projecto shhh e Carlos Zíngaro Luzes João Garcia Miguel, Jorge Rosado Figurinos Peças de Dino Alves Produção Útero Coprodução Centro Cultural Vila Flor, Culturgest, Le centquatre – Paris, Teatro Nacional São João
Teatros associados Centro Cultural de Ílhavo, Cine-Teatro Avenida, TAGV, Theatro Circo Residência artística Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), Eira (Lisboa), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), Le CentQuatre – Paris Companhia Associada EIRA
O Útero está integrado no projeto Guimarães 2013-2016 e é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal, Secretário de Estado da Cultura, DGArt
Uma carta para este lugar sombrio
As pessoas desta peça poderiam falar mas dançam. No entanto olham umas para as outras. Por vezes tocam-se e emitem sons guturais como as tartarugas
quando fazem amor.
Podia ser uma história mas não é.
São ambientes, paisagens de um mundo que já existiu.
Ficaram bocados soltos, descosidos como fantasmas
que já não fazem estremecer alguém.
Quando aparecem aos outros são figuras como em tempos
houve os santos, o céu.
Não sabem das emoções. Perderam-nas. Não as identificam.
por isso esfregam as mãos e sentem o calor das mesmas,
as mãos esfregam-se e esfregam os olhos que quase
sempre estão fechados
Este lugar belo, perdido, chama-se “Pântano”. Esta beleza
não nos diz nada porque já não sabemos o que isso seja.
Só o espectador a verá.
Gostava de ser alguma coisa. Este lugar.
As cores rosa, amarelo, tu. Quando abrimos os olhos ficamos
encadeados, fora de nós, saímos do corpo.
No lugar mágico cheira-se o tempo, vê-se. Ele é o movimento do
corpo. É a bruma.
Há um palhaço louco que espera por si próprio.
Há uma mulher magra que finge a dança que foi clássica, lugar.
Há o homem nu perdido.
Eles dançam, perdem-se, esperam Não sabem o porquê de estar ali
Nem nós que os observamos descrentes neste mundo jamais novo e
azul.
Pântano Pântano Pântano
Não me esquecerei de ti.
Dedico este espetáculo às minhas Avós Alexandrina e Júlia que sempre foram uma fonte de inspiração para mim.
Miguel Moreira
https://pre2018.culturgest.pt/2015/docs/pantano_fslite.pdf
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